domingo, 2 de setembro de 2012

Ryanair em promoção, por que não? Manchester e liverpool

Definitivamente organização e planejamento são dois itens essênciaos para qualquer boa viagem.
Só que não.
Estava comprando as passagens para Barcelona (ainda falarei mais sobre isso) quando encontrei essa maravilhosa promoção no site da Ryanair: ida e volta para Manchester por €9,00! Joguei Manchester no googlemaps, e lá estava ela, bem do lado de Liverpool! Sem pensar duas vezes, lá fomos nós.
Primeiro uma mini viagem para o aeroporto da onde saem os voos da Ryanair (a 1h de Munique) e depois a viagem propriamente dita. Chegando em Manchester, só surpresas agradáveis.
A cidade é uma gracinha, com casas de tijolos, tudo bem do jeito que a gente imagina a Inglaterra.
Na verdade, Manchester só foi ter destaque na Inglaterra com a revolução industrial. A cidade se transformou no maior pólo produtor de têxteis do país. Com isso também começo um crescimento urbano desenfreado e não programado.
Depois dessa breve resenha histórica você deve estar imaginando uma cidade industrial. É exatamente isso que, pelo menos a parte turística da cidade, não aparenta ser.
No primeiro dia fizemos só um reconhecimento perto da região do hostel (que era muito bom por acaso), que já era bem bonitinha e fomos tomar um english pint.
No dia seguinte, como não sabíamos muito bem o que fazer na cidade fomos a  um centro de informações turísticas pedir umas dicas. A atendente, muito prestativa, nos indicou os principais pontos da cidade e nos contou sobre uma linha de ônibus que é grátis e passa pelos principais pontos turísticos (e que é muito útil!).
Como já estávamos no centro, começamos pelo Piccadilly gardens, uma praça que tem vários prédio imponentes ao seu redor. De lá seguimos para Chinatown, o que foi um pouco decepcionante, já que eu estava esperando algo como a de NY e tudo o que tínhamos era um bairro sujo e um portal chinês.
Ali do lado fica o museu de arte de Manchester. Ai descobrimos outra coisa incrível da cidade: a maioria dos museus são gratuitos!
Depois dessa, sem dúvidas fomos no museu, que era muito legal. Além de todas as exposições, tem uma parte interativa, onde dá pra se divertir bastante. E também é uma boa maneira de fugir da chuva, afinal de contas, não é só em Londres que chove bastante.
Dali fomos para a John Rylands Library, a principal biblioteca da cidade , passando por algumas ruas muito charmosas, e parando para ver também a catedral da cidade.
Essa biblioteca foi fundada por Henriquetta Rylands em homenagem a seu marido, John. Atualmente ela é administrada pela universidade de Manchester. a entrada é gratuita e dentro têm pequenas exibições, com alguns livros muito antigos do acervo, como o primeiro fragmento conhecido do novo testamento.
Depois fomos caminhando pelas ruas. Passamos pela prefeitura da cidade e por vários outros prédios bonitos, mas com pouco significado histórico. Por fim fomos ao People's History Museum. Admito que entramos mais por curiosidade e por que era de graça, já que parecia um museu bem estranho. O museu era super interessante e interativo também. Contava a história dos direitos civis das pessoas na Inglaterra, mas de uma maneira bem dinâmica. Valeu bastante a pena.
Para encerar o dia, resolvemos fazer uma degustação de cervejas. Em qualquer mercadinho você acha uma variedade considerável de cervejas, então escolhemos umas 10 diferentes e fomos provar. O fato é que quando você está morando na Alemanha isso, definitivamente, não é uma boa idéia. Você sai do país com algumas das melhores cervejas do mundo, e não pode esperar outra coisa além da decepção! Todas eram horríveis! Mas valeu a diversão.
No sábado pegamos o ônibus para Manchester. A viagem é bem curtinha, só uma hora e meia. Não sabia muito o que esperar da cidade, só sabia que era a terra dos Beatles.
A cidade está no mesmo nível que Manchester. Os prédios são antigos e bonitos, os museus grátis também. Como não tinha um centro de informações tão bom como o de Manchester, fomos só passeando pelas ruas.
Entramos no museu de arte, que tem uma coleção bem grande, e, depois que a chuva passou, continuamos caminhando.
Chegamos na rua dos bares, onde é fácil encontrar várias lojas de suvenirs dos Beatles e as 16:00 a festa já estava rolando.
Como bons turistas fomos acabar de conhecer a cidade primeiro. Fomos na catedral, que fica próxima ao porto e ficamos passeando naquela região. Tudo muito bonito mesmo. Pela cidade tem várias referências aos Beatles espalhadas.
Depois de comer alguma coisa e fazer uma hora fomos para a balada: Cavern Club! O lugar onde os Bealtes tocavam! Incrível estar no mesmo lugar que eles estiveram. No lugar, que continua mantendo o espírito da época, estava rolando um show de rock. Uma coisa muiti divertida é que o povo em Liverpool se fantasia para ir na balada, tipo Pedrita e miss alguma coisa, e nos banheiros você pode comprar alguns acessória pra se fantasiar também.
Com o espírito incrível da juventude, resolvemos não pegar hostel em Liverpool e virar a noite na balada. O único problema é que o Cavern acabou as 2:00 am e estávamos muito podres para ir a qualquer outro lugar. O problema foi que, aparentemente, muitos turistas tem a mesma idéia quando vão á Liverpool, porque todos os Mc Donald's e lugares 24h estavam só com o caixa aberto, mas sem lugar para sentar e se abrigar. E chuva e frio. No final acabamos num albergue, provavelmente pagando mais do que se tivéssemos feito a reserva antes. Acontece...
Domingo cedo pegamos o ônibus de volta para Manchester para pegar nosso voo. Esse final de semana foi um jeito bem interessante de começar a conhecer a Inglaterra.

Última estação: Buapeste

Sem mesmo sair do hostel já percebemos uma coisa sobre a cidade: ela é absurdamente quente!
A cidade é cortada ao meio pelo Danúbio. O lado montanhoso é Buda e o lado plano é Peste.
Pegamos o metrô e fomos para a estação central. Existe um ticket de grupo (para 5 pessoas) que não é vendido nas máquinas, só nos guichês, que saem muito mais em conta que o ticket diário individual.
Saindo já vimos uma coisa muito legal: em dias muito quente, o governo fornece água de graça nas ruas. São barracas onde qualquer um pode ir e pegar água a vontade.
Optamos por fazer um turismo mais "clássico" dessa vez. Pegamos um daqueles ônibus Hop-on Hop-off, que passam pelos principais pontos turísticos da cidade e permitem descer em quantos quiser. No nosso ticket estava incluso duas linhas de ônibus diferentes, uma completa e outra que passava ao redor do Danúbio, dois passeios de barco pelo rio, um de dia e outro de noite, um goulash e uma cerveja (viva!). A nossa idéia acabou se revelando brilhante. Além de não precisarmos ficar andando pelas ruas no calor infernal que estava, as atrações se revelaram muito longe uma das outras.
A cidade é maravilhosa. Para todo o lado que você olha as construções são lindas e em estilos bem diferentes. O Danúbio, ao contrário de em Viena, é muito mais limpo e bem cuidado, tornando o rio uma paisagem romântica.
O ônibus passava por mais de 15 pontos diferentes e resolvemos que voltaríamos nos mais interessantes no dia seguinte, para não ficar precisando descer o tempo todo. No ônibus existia um áudio-guia o que tornava o passeio muito mais interessante.
Numa listagem rápida passamos pelos seguintes pontos: igreja de Matthias, fischerman's Bastion, castelo de Buda, basílica de St. stephand, palácio de New York, praça dos heróis, a sinagoga, o parlamento, palácio Royal,national museum, national opera, entre outros. Uma coisa interessante sobre o parlamento é que ele é a construção mais cara de Budapeste. Foram cerca de 3 milhões gastos para a sua construção, o que, para a época, era um valor muito alto. Descemos na Citadela, que era onde ficava o restaurante que nos serviria o goulash. Como qualquer outra citadela, esta se localiza um cima de um morro, o que dava uma vista incrível para a cidade. O goulash se revelou na verdade uma sopa, mas muito saborosa..
Acabamos nosso passeio com a linha mais demorada e fomos para o hostel se trocar para nosso glamouroso passeio de barco pelo Danúbio.
Foi simplesmente incrível. A cidade é maravilhosa, e a vista cada vez ficava mais bonita. Pegamos o barco as 20:45, então no final já estava escuro. Assim pudemos aproveitar a vista de dia e de noite sem precisar fazer dois passeios. Em seguida fomos jantar num restaurante chamado Százéves, próximo a beira do Danúbio. No menu, você encontra várias especialidades húngaras, que, para minha surpresa, são em sua maioria com fígado de ganso. Ninguém resolveu se arriscar tanto e pedimos pratos mais comuns, que estavam todos deliciosos. De sobremesa pedimos a panqueca Gumbel, que é tradicional. Ela é recheada com uma mistura de nozes, maça e canela e coberta com uma calda de chocolate. Me lembrou muito um doce que minha avó fazia, mas não é exatamente o tipo de doce que o paladar brasileiro está acostumado.
Como combinado voltamos aos lugares mais interessantes no dia seguinte.
Primeiro pegamos a outra linha do ônibus, a que dava a volta pelo Danúbio. Seguimos para a praça dos heróis, que foi construída para comemorar o milésimo aniversário da chegada do povo húngaro a região de Carpathian. Numas das esquinas da praça dos heróis fica o National Museum, que é onde foi gravado o filme Evita, com a Madonna.
Depois fomos para a sinagoga. Esta sinagoga é a segunda maior do mundo e foi construída em estilo mouro. Diferentemente da maioria das sinagogas esta é uma construção bem pomposa, tendo até um órgão em seu interior. Sua construção durou apenas 4 anos e causou muita polêmica na comunidade judaica de Budapeste na época, o que resultou na construção de um templo mais discreto, que hoje em dia é a sinagoga ortodoxa. Seu jardim abriga o cemitério onde foram enterrados os judeus que morreram no gueto de Budapeste durante a segunda guerra mundial.
Ao lado da sinagoga ficava a casa de Theodor Herzl, pai do sionismo político e um dos principais responsáveis pela criação do estado de Israel.
Fizemos um rápido pit stop para tomar a nossa cerveja que estava inclusa no tour e fomos ao mercado central. No primeiro andar do mercado você encontra diversas barracas de frutas e verduras e no segundo vários suvenirs e uma praça de alimentação.


Lá comemos o Lángos, que é algo entra a pizza e o pastel. É uma massa frita tradicionalmente coberta com queijo e creme de leite. Existe a possibilidade de adicionar outras coisas, mas da maneira simples já uma refeição bastante pesada.
Por ultimo fomos ao Fischerman's Bastion. A construção tem sete torres, representando as tendas dos líderes que levaram o povo húngaro a sua casa no século IX. A vista para a cidade de lá é ótima também. Adjacente ao Fischerman's Bastion fica a igreja de Matthias, que ficou conhecida assim devido ao fato do rei de mesmo nome ter investido muito no edifício, deixando o local muito mais bonito. Chama a atenção o telhado da igreja, que é decorado com uma espécie de ladrilhos. É a segunda maior igreja de Buda e a sétima maior do país.
Foi triste voltar pra casa. Budapeste se revelou surpreendentemente bonita
PS: começo e o meio dessa história estão aqui e aqui!

domingo, 26 de agosto de 2012

Um longo dia pela frente: conhecendo a casa de Sissi

Em Viena existem cinco castelos principais, mas com o curto tempo que tínhamos tivemos que escolher um só. Resolvemos conhecer o castelo Schönbrunn porque, além de ser o principal, é onde viviu a princesa Sissi.

A hístoria da princesa Sissi é bastante conturbada. Nascida Elisabeth Amalie em Munique acabou casando com seu primo, o imperador Francisco José I, que se apaixonou por ela à primeira vista (a idéia orginal era um casamento com a irmã de Sissi, que era a mais velha). Após o casamento ficou conhecida também como Isabel da Áustria. O casamento não ia muito bem e Sissi tinha dificuldades em se adaptar as rígidas regras de conduta da corte austríaca, o que lhe causou uma forte depressão. Ficou famosa por sua incrível beleza, anorexia, preocupação com a moda e personalidade sombria. Apesar de sua péssima relação com o marido e com a sogra, a princesa era muito popular na Hungria, pois dominava o idioma húngaro fluentemente (nessa época ainda existia o império Austro-Húngaro).
Foi assassinada em 1898 em Genebra, Suiça por um anarquista italiano.
Apesar da trsite história o castelo é incrivelmente bonito. Tem um jardim maravilhoso no qual se pode passar horas. Por dentro conta com 40 quartos, todos impecavelmente decorados. Também se pode encontrar um pomar de cítricos que foi plantado na época da princesa e ruínas gregas no meio do jardim. Defnitivamente não parece o lar de alguem que vivia em depressão.
No caminho para o hostel paramos para conhecer a Kunsthaus, um prédio famoso por sua arquitetura, mas que sinceramente não vale um desvio de roteiro.
Pegamos nossas mochilas e fomos de volta Budapeste, de busão. Chegamos lá  de noite e resolvemos ir conhecer a vida noturna, já que era sábado. Fomos a uma boate roof top, a Convinteto, que foi super recomendada por várias pessoas. O ambiente lá é bem diferente e é bem agradável ficar tomando drinks na cobertura de noite. Você pode tomar a Palinka, que é um tipo de cachaça húngara que pode ser feita de várias frutas. Mais uma vez não demos muita sorte, e a balada não estava muito cheia. Mas mesmo assim nos divertimos bastante.
O mais emocionante foi chegar ao nosso hostel, o Season Hostel II. Mesmo sendo bem localizado o local lembra muito uma casa mal assombrada. As paredes estã descascando e os corredores ficam super escuros a noite. Tudo tem um aspecto de velho. O nosso quarto, que era para seis pessoas tinha uma espécie de segundo andar com chão de madeira, onde toda vez que alguém andava parecia que o chão poderia cair a qualque momento. Se você procura um lugar bem barato esse albergue não é uma má idéia, mas se não se incomodar de gastar um pouco mais, por favor, mantenha distâcia!
PS: essa história começou aqui...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Indo em direção ao leste : Vienna e Budapeste

A combinação de destinos para essa viagem pode parecer um pouco inusitada, principalmente levando em conta o fato que pegamos um avião de Munique para Budapeste, e de lá, um onibus para Viena. Acontece que mesmo a Áustria fazendo fronteira com a Bavária, a sua capital, Viena, se encontra muita mais perto da capital da Hungria do que de Munique.
E lá fomos nós de Ryanair. Aquela viagenzinha básica de duas horas até Memmingen para ir ao aeroporto.
Chegando em Budapeste fomos direto pegar nosso ônibus para Viena, ou seja, não conhecemos nada da cidade nesse primeiro momento. Depois de uma viagem de aproximadamente 2:30 chegamos ao nosso primeiro destino! Lá nos hospedamos no hostel Brigittenau. O local é bem limpo e bonito e tem café da manhã incluso.
Antes de continuarmos, tem uma coisa que você deve saber: Viena é famosa principalmente por duas coisas: a música e o schnitzel.
No dia seguinte fomos conhecer a cidade. Pegamos um metrô para a Karlsplatz. A própria estação já é considerada um ponto turístico pela sua arquitetura.
Seguindo caminhada pela Ringstraße passamos primeiro pela ópera da cidade.  Mozart tocou inúmeros consertos na cidade, e todas as noites você encontra diversos espetáculos nas diferentes óperas da cidade, com um preço que vai de €3,00 até o limite que você estiver disposto a pagar.
Nessa mesma rua se localiza a Maria-theresa Platz, que além de ter uma estátua em homenagem a própria, está entre os dois maiores museus da cidade: o museu de história natural e o museu de arte. Nessa mesma praça encontra-se o Museumsquarter, que apesar do nome não é exatamente um museu. Em seu interior pode-se ver muito sobre arquitetura, arte, dança etc. Como nosso tempo era curto, não entramos em nenhum desse museus, o que é uma pena, pois a coleção de obras do museu de arte é uma das maiores do mundo.
Seguindo nossa rota fomos passando por outras construções muito bonitas, como a praça dos heróis, a Michaelerplatz, o burggarten, o volksgaten, o volkstheater e o parlamento (foto). É impossível detalhar cada ponto aqui pois são muitos, e não estamos nem na metade do tour ainda.

Passamos na frente do burgtheater e da prefeitura, que estava sendo preparada para receber um festival de cinema. Em seguida resolvemos fazer uma parada para uma cervejinha no café Bendl, que é famoso por estar sempre repleto de estudantes e intelectuais. Admito que quando chegamos lá o local estava vazio, mas acho que foi por causa do horário. Aproveitamos para fugir um pouco do calor e curtir a música vinda de um junkebox enquanto tomávamos nossa cerva.

Dando continuidade ao tour passamos em frente a universidade de Viena e a Votivkirsche, que foi construída em homenagem ao imperador Franz Joshep. Fomos conhecer onde era a casa do Psicanalista Sigmund Freud, e entre esses dois pontos aproveitamos para provar os chocolates da Xocolat, uma das primeiras lojas a se especializar em chocolates em Viena.
Da casa de Freud fomos caminhando pela beira do Danúbio. O rio está super poluído e os canais são todos pichados/grafitados, o que confere um aspecto bem "trash" ao local. Em alguns pontos é difícil respirar devido ao cheiro que vem do rio, e é engraçado ver que em alguns pontos da margem foi colocado areia, para imitar uma praia. Para nós que estamos acostumados com praia de verdade, dá um certo desespero ver as pessoas tomando sol num ambiente tão poluído.

Se afastando um pouco do Danúbio, se pode ver na Morzinplatz um memorial marcando onde era o hotel Metropol, que foi utilizado pela Gestapo como prisão e quartel general. Do lado do memorial se encontra a Ruprechtskirche, que é a igreja mais antigas de Viena, construída em 740 D.C..
Para tentar fugir mais uma vez do calor resolvemos tomar um sorvete na sorveteria mais tradicional da cidade, a Eissalon. A sorveteria é um negocio familiar, que começou em torno de 1880. Aparentemente em Viena o povo tem um relação especial com o sorvete. Todas as sorveterias que passamos na frente estavam lotadas e é impossível dar mais de 10 passos na rua sem ver alguém com um sorvete na mão.
Refrescados (mas não por muito tempo), fomos à Grabenstraße, que é a rua das compras. Ali você pode ver também o banheiro subterrâneo estilo art-nevou mais antigo do mundo (ainda está em funcionamento)!

No final dessa rua fica a Stefl, a maior igreja gótica de Viena. Mais uma vez é uma construção imponente e muito bonita. Também próximo localiza-se a Adol Loos Hause, que hoje é utilizado como uma agência bancária, mas que foi uma construção revolucionária para a época. Ao contrario do padrão, foi feita com pedras escuras, fugindo ao estilo barroco predominante.

Numa das ruas que cortam a Grabenstraße se localiza o Trzesniewski, uma lanchonete famosa por seus patês com receitas secretas e pelo pfiff, o menor copo de cerveja do mundo. Como você pode perceber, o nome do lugar é praticamente impronunciável, e esse é justamente o slogan deles.
A noite fomos jantar na "casa de schnitzel" mais famosa da cidade, a Figmuller. Esse restaurante serve schinitzel a mais de 100 anos e é famoso pelo tamanho da refeição. A porção é tão grande que sai pelas beiradas do prato. O acompanhamento ideal é uma porção de Kartoffelsalat (nossa famosa salada de batatas), que nesse restaurante também tem um tempero especial.
Depois de uma deliciosa janta fomos conhecer a noite vienense. Ficamos um pouco na beira do Danúbio, que a noite se transforma em point para todos as tipos de jovens, e fomos para uma boate chamada Flex, famosa por tocar boa música eletrônica. Para nosso azar, apesar de ser uma sexta feira a noite estava bem vazia a acabamos voltando para casa.
No final até foi bom ir dormir "cedo", já que amanhã teríamos um longo dia pela frente....

sábado, 4 de agosto de 2012

O paraíso na terra : Königssee

Sem muita história, nenhuma coisa em especial para fazer, mas simplesmente o lugar mais bonito que já fui! Isso é o Königssee! Ele é terceiro lago mais profundo da Alemanha e foi formado durante a última era glacial. Faz parte do parque Nacional dos Alpes, o Berchtesgadener Land.
Para chegar lá é bem simples: um bayern ticket, uma troca de trem e um ônibus. A viagem dura quase 3 horas, mas as paisagens também são muito bonitas, já que o trem passa por vários campos e algumas matas mais fechadas.
Chegando na cidade é só seguir o fluxo de turistas pra saber qual ônibus pegar. Quando por fim você vê o lago, já é deslumbrante. Mas não se deixe enganar, ainda tem coisas muito mais bonitas pra ver.
Existem duas opções de passeios, com ou sem o Obersee. Nem cogite ser mão de vaca e não conhecer o Obersee (e olha que quem está escrevendo é uma intercambista, ou seja, economizando sempre), se não é uma viagem perdida! Lá é o lago mais bonito de todos.
Uma das coisas tipicamente alemães que você já observa comprando o ticket do passeio de barco é que existe um ticket para cachorros, e sim os alemães levam seus cachorros para passear no Königssee! Você vai ver vários nos barquinhos.
O passeio se divide em 2 trechos: Königsee Seeläande- St. Bartholomä e St. bartholomä - Salet.
Durante o primeiro passeio, além da vista maravilhosa, eles contam um pouco sobre a geografia do lugar, mas só em alemão. Existe um ponto onde a formação rochosa faz com que exista eco. Eles param o barco e tocam uma música com um trompete, e é possível ouvir o eco duas vezes.

A primeira coisa que você avista em St. Bartholomä é uma igreja. Essa igreja foi construída em 1134 em homenagem a São Bartolomeu e é considerada uma igreja de perigrinação. Ainda hoje em dia ocorre uma perigrinação anual todo 24 de agosto, saindo da cidade austríaca Maria Alm e cruzando parte dos alpes.
Descemos nessa ilha e ficamos apreciando a vista. Lá, como já era de se esperar, tem um biergarten para quem quiser fazer um lanchinho. 

Nós, já muito prevenidos levamos comida para fazer um piquenique. Era quase inacreditável fazer um piquenique na frente de um lago lindo com os alpes no fundo.
Como vimos varias pessoas tomando banho de lago resolvemos estrar também. Mesmo com todo o calor que estava a água lá é congelante. Admirável a capacidade dos alemães de não sentir frio.



Continuamos nosso passeio para Salet. Após caminhar um 400m você encontra o Obersee, e ai...
Bom prepare-se para ficar muito tempo tirando fotos e com a certeza de que todas vão sair lindas.
Nessa ilha também existe uma trilha que leva a uma cachoeira, mas são 1:30h de caminhada. Como o último barco é as 18:00, não tivemos tempo de conhecer. Mesmo assim andamos um pedaço da trilha, o que já valeu a pena. Você consegue ver o lago de ângulos diferentes, e dos pontos mais altos o reflexo que a água faz fica igual ao que um espelho faria. Não tem como descrever em palavras a beleza do lugar (talvez umas fotinhos ajudem, mais ao vivo é bem mais bonito!).
PS: só pra não dizer que não tem nada de história nessa região, próximo ao Königssee fica o Kehlsteinhaus ("ninho da águia"), que era a casa de verão de Hitler. Mas esse passeio já ficou pra outra viagem...

domingo, 29 de julho de 2012

A cidade das cem cúpulas: Praga

Para a minha surpresa, descobri que, assim como o Brasil, a Alemanha é cheia de feriados. E para aproveitar esse final de semana prolongado resolvemos ir um pouco mais longe: fomos para Praga!
A República Tcheca faz fronteira com a Alemanha, mais precisamente com os estados de Saxônia e Bavária (Baviera). De Munique para chega à sua capita, Praga demora em torno de 6 horas. Como você já deve estar imaginando, pegamos um trem com o Bayern-Ticket até a fronteira, e depois compramos uma expansão de grupo, que é equivalente tcheco do Bayern-Ticket.
A República Tcheca fazia parte do império Austro-Húngaro. Com sua dissolução no final da primeira guerra mundial, Praga se tornou a capital da Tchecoslováquia. Em 1993 a Tchecoslováquia se dividiu em dois países e Praga ficou de capital da República Tcheca, que é como a conhecemos hoje.
Caminhando pela cidade você percebe que ela não foi muito atingida nas guerras mundiais. Os prédios são de arquitetura muito bonita, e é visível que eles não foram reconstruídos, como grande parte da Europa.
Chegamos e fomos deixar nossas malas no hostel Mosaic House, que é ótimo. Já compramos o ticket de metrô pra 3 dias, o que foi um erro, porque a cidade é bem pequena e se pode fazer tudo a pé. Como o resto do grupo ia chegar mais tarde resolvemos passear pela cidade a toa. A primeira coisa que fizemos foi provar a culinária típica. Fomos num restaurante próximo ao hotel comer um goulash e tomar cerveja. Ao contrário do que você deve imaginar, a República Tcheca, e não a Alemanha, é o país com maior consumo de cerveja por habitante do mundo. A cerveja é a bebida mais barata do cardápio, então dá pra entender (mais barato que a água!).


Depois de passear um pouco e encontrar com o resto do grupo resolvemos conhecer a vida noturna da cidade. Em Praga fica a maior balada do mundo, mas resolvemos esperar a sexta feira para ir nela. No lugar pedimos uma indicação na recepção do hostel e fomos parar numa boate alternativa digamos.


Bem diferente do que estamos acostumados é o que eu posso dizer. O lugar era como um porão, e infelizmente a lei anti fumo não chegou lá ainda. A fumaça era tanta que chegava a arder os olhos. Para entrar no espírito de Praga resolvemos tomas um shot da "fadinha verde", o absinto. Não sei se em todos os bares da cidade é assim, mas pelo menos nesse o shot era mais que o dobro do padrão europeu (que são míseros 20 ml!). O negócio é forte! Desce queimando e continua queimando depois de descer. Nessa balada as pessoas preferiam usar algumas mesas para dançar em cima no lugar de por os copos. O que resultava em figuras beeeeem diferentes em cima das mesas e em todos os copos e garrafas no chão (e muitos cacos de vidro). Apesar de todo o Freak show a música era muito boa.
No dia seguinte, com uma certa dificuldade para acordar, fomos conhecer os pontos básicos da cidade. A cidade é dividida na cidade velha e na nova. Mas na verdade as duas juntas são bem pequenas e praticamente acabam se misturando. A parte que interessa os turistas é a velha. Na nova a se localizam os bancos e a parte mais comercial da cidade. São poucas as coisas interessantes para se ver lá. Uma delas é o prédio Tančící dům, a "casa dançante", que foi projetada pelo arquiteto Frank Gehry e passa a idéia de um homem e uma mulher dançando.
Outra atração interessante dessa parte da cidade é o museu nacional, que tem uma fachada muito bonita. Na frente do museu há uma rua bem movimentada, a praça de St.Wenceslas, cheia de cafés, cassinos e lojas. Nessa rua pode-se ver também a estátua em homenagem a St. Wenceslas, que é o patrono das terras checas. Por esse motivo a praça foi palco das principais manifestações
contra o comunismo, como a revolução de veludo em 1969. Alguns metros após a estátua, fica o local onde o jovem Jan Palach ateou fogo a si mesmo também em 1969, num protesto contra a ocupação soviética na Tchecoslováquia. Lá há uma placa de bronze com nomes das vítimas do comunismo. Hoje em dia a praça é o "point" da cidade, com muitos jovens e turistas.
                      
Próximo a essa rua, fica o museu do comunismo. Esse foi o único museu que eu entrei durante a viagem e eu recomendo ele com certeza. Além de uma visão geral de como foi viver durante o comunismo, o museu dá enfase a como foi esse período na Tchecoslováquia. Uma das partes mais interessantes é sobre o final do regime, como foram os protestos e como o governo tentava conte-los. Ironicamente, o museu fica localizado em cima de um MC Donald's.
Agora entrando na cidade velha, fomos direto a atração mais famosa da cidade, a torre com o
                                           
relógio astronômico. Na verdade o prédio do relógio é a antiga prefeitura da cidade. É possível subir na torre, e vale a pena, já que lá de cima tem uma vista incrível para a cidade.
A cada hora exata o relógio toca. É tipo um relógio cuco. Nele uma caveira toca um sino enquanto passam os 12 apóstolos.
Nas frente da velha prefeitura fica o convento de St. Agnes, mais uma igreja estilo gótico. Próximo a praça do relógio fica o distrito de Josefov, que é o bairro judaico da cidade. Ao contrário do que aconteceu com a maioria das cidades que ficaram sobre domínio nazista na segunda guerra mundial, o
bairro de Praga está intacto. A explicação é simples: Hitler queria fazer um "museu da raça extinta" e escolhe Praga como sede. Deixamos essa parte para o dia seguinte e fomos nos arrumar para ir na famosa balada de cinco andares.
Para entrar na Karlovy Lazne você paga uma entrada que te dá direito a circular por todo o clube. Cada andar tem estilo de música completamente diferente e todos estão sempre cheios. A maior parte do público são turistas. Meio litro de cerveja custa menos de 2 euros lá, maravilha!
Começamos o dia seguinte pelo bairro judaico. Lá existem 5 sinagogas e um cemitério. Uma delas é a sinagoga "nova-velha", que é a sinagoga mais antiga da Europa ainda em funcionamento. Esta é a sinagoga onde aconteceu a lenda do Golem. Outra é a sinagoga espanhola, que é em estilo mouro. Sem dúvidas essa é a mais bonita de todas, com as paredes repletas de desenhos coloridos. Por último tem a sinagoga Pinkas, onde foram escritos nas paredes os nomes dos judeus tchecos que morreram no holocausto. Quase não sobram espaços brancos nas paredes. No segundo andar existe uma exposição de desenhos que crianças fizeram enquanto estavam no campo de Terezin.
Em todas as sinagogas existem vários objetos religiosos espalhados, com seu significado explicado.
É bem legal pra quem não conhece muito da cultura (e pra quem conhece também). Para entrar nas atrações é preciso comprar um ticket, e não é permitido tirar fotos dentro dos locais (mas como de costume eu dei um jeito de tirar algumas...). Colada ao bairro judaico fica a Avenida Parishka, que tem lojas de todas as grifes famosas.
Depois fomos comer alguma coisa. Resolvi provar a sopa de goulash no pão. Muito gostosa também. A culinária tcheca é surpreendentemente boa.
No último dia fomos conhecer o castelo da cidade. Na verdade é todo um complexo, e se você quiser olhar só as construções por fora não precisa de ticket. Como já era de se esperar, o castelo fica na parte mais alta da cidade, o que dá uma vista linda. Já chegando você dá de cara com a catedral de St. Vitus, que é onde ocorriam as coroações do reis. A catedral teve sua construção
                  
interrompida e foi finalizada no estilo barroco. No complexo existem outras igrejas e um convento.
Também lá se localiza o antigo palácio real. Uma das coisas legais de se fazer é ver a troca da guarda e passear um pouco, observando os diferentes padrões das construções.
Vale a pena descer o morro onde fica o castelo pela rua Nerudova. Nessa rua as casas eram identificadas por símbolos no lugar de números. A casa 47 é a casa dos dois sois e a 6 a da águia vermelha por exemplo.
Não muito distante fica a John Lennon Wall, um muro que homenageia o ex Beatle.
Outro ponto imperdível da cidade é a Chales Bridge, uma das pontes que cruzam o rio Vltava. Passamos por ela inúmeras vezes, então é difícil encaixa-la num dia específico. Nela vários artesões vendem seus trabalhos e músicos mostram a sua arte. A Ponte é super movimentada e cheia de turistas. No seu entorno fica a casa onde viveu Franz Kafka.
                                                                      
A cidade é muito bonita e cheia de turistas. A comida deliciosa e barata, quando comparado com o resto da Europa. A única dificuldade é encontrar pessoas que falem inglês, mas isso não chega a ser
um problema. Com certeza vale incluir no roteiro de viagem.

sábado, 21 de julho de 2012

Um dia de princesa: Schloss Neuschwanstein

Você vai ao cinema, compra sua pipoquinha e espera o filme começar. Entre os trailers, passa o novo filme da Disney, e, quando você olha aquele logo, o castelo, se pergunta: da onde eles tiram essa idéia? Pois bem adivinhem só, aqui da Bavária!
Esse castelo do logo foi inspirado no castelo de Neuschwanstein, que como quase tudo na Bavária, fica a umas duas horas de trem de Munique.
Compramos e Bayern-ticket e fomos lá. Descendo do trem é preciso pegar um ônibus pra chegar até o castelo, mas é bem fácil descobrir qual é o certo, já que todo mundo que desce do trem tem o mesmo destino final.
O ônibus te deixa ao pé do morro onde fica o castelo. Para chegar lá em cima, duas opções: ir a pé (que é de graça e obviamente foi a opção escolhida por nós) ou de charrete. Já é possível avistar o castelo, e para nossa decepção descobrimos que parte da fachada do castelo está sendo restaurada (e parece que vai demorar...).
A caminhada até o topo do morro é bem agradável. É uma estradinha no meio de um bosque, muito bonitinha. Como era o final do inverno as árvores estavam sem folhas, mas mesmo assim a paisagem continuava linda.
Olhando de fora já da pra perceber como o castelo é grande. Para conhece-lo internamente você necessita comprar um ingresso, que se você olhar pro tamanho do castelo não é caro. Os ingressos são vendidos por horário, e no nosso caso incluíam uma visita guiada.
Infelizmente não é permitido tirar fotos de dentro do castelo, mas tirei uma escondida!
A visita começou e a guia foi nos explicando um pouco da história do castelo: O castelo foi construído pelo Rei Ludwig II na metade do século XIX, inspirado nas obras de Wagner, de quem ele era fã e amigo. Na verdade o castelo foi desenhado por um projetador de cenários de teatro, e não um arquiteto como de costume, o que explica em fato a atmosfera "fantástica" do castelo e as intenções do rei.
Conforme a visita ia progredindo íamos sabendo um pouco mais sobre o rei e o castelo. Mesmo naquela época o castelo já contava com um sistema hidráulico, que funcionava com a força da gravidade, ou seja, água encanada e privadas com descarga em pleno século XIX!
O nome do castelo, Neuschwanstein, que significa novo cisne de pedra, foi em homenagem a uma ópera de Wagner.
Lá pelo oitavo quarto a guia nos conta: durante a construção do castelo, em 10 de julho de 1886, o rei recebeu um documento do governo no qual foi atestado como insano, e por isso deposto. Entre os que assinaram o documento, estava von Gudden, o psicólogo que o avaliou (na verdade von Gudden nunca tinha se encontrado com o rei e fez seu laudo baseado nas "evidências"). No dia 13 de julho do mesmo ano, foram encontrados os corpos do rei e de von Gudden no lago Starnberg. As causas de sua morte nunca foram esclarecidas, mas as duas hipóteses mais aclamadas são a de suicídios ou de que o rei for morto por inimigos.
Acontece que depois da morte do rei, a construção do castelo foi interrompida. E ainda faltava muito para ser concluída! Na verdade, o oitavo quarto era o último da nossa visita.
Admito que esperava mais de um castelo tão vistoso por fora, mas mesmo os poucos quartos que vimos eram muitos bonitos, decorados com cisnes, como se pode imaginar.
Se você contornar o castelo e caminhar um pouco, chega até uma ponte, da onde se pode obter o melhor ângulo para tirar fotos. É de lá que as fotos famosas do castelo foram tiradas, e, ainda bem, a faixada não está sendo restaurada daquele lado.
Realmente o conjunto montanhas + castelo é maravilhoso. Acredito que lá é um lugar que deve ser legal ir nas quatro estações, já que a paisagem muda bastante com o passar do ano (ainda não voltei lá, mas me aguardem!). É mais um daqueles passeios de um dia que super valem a pena!
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